domingo, 19 de setembro de 2010

Que se plasma líquida

E quanto a todo esse plasmar, esse plasmar redutor de uma vida que se abre, se oferece, se esforça e se tenta ser. Esse plasmar da inocência, do não saber como agir, do mundo das ideias. Esse plasmar em prismas de cores infinitas. O plasmar da prima-dona nos grandes palcos. É o acicate do afã, o estímulo do empenho, o encorajamento da vontade do zelo. Zelar pela ação da arte, pela intervenção da arte, pela monção de se fazer arte. E quão profunda é a arte em mim? O que, para mim, é arte? A arte que se vê, se discute, se reflete. A arte que busca uma forma e que irremediavelmente não a encontra. A arte que acende uma questão e não vê na claridade a resposta. A arte para qual não há definição, não há solução, não há fim. A arte que se plasma líquida e espelha o seu tempo dentro do próprio espelho do tempo.